A linguagem escrita deve ser abordada na Educação Pré-Escolar porque as crianças possuem conhecimentos sobre a mesma antes de entrarem para o ensino formal; porque o contacto precoce com utilizações funcionais da linguagem escrita e a reflexão sobre a mesma potencializa a sua aprendizagem; e porque pode contribuir para resolver determinadas desigualdades entre as crianças face a linguagem escrita.
As actividades de abordagem à escrita bem como todas as outras devem ser funcionais, ou seja, úteis para as crianças; significativas, isto é, que partem dos seus interesses e dúvidas; e reais, portanto, com sentido. Desta forma, tornar-se-ão interessantes, desafiadoras e, consequentemente, motivantes.
A construção das tabuletas de identificação das sementes e plantas foi disso um exemplo:
A promoção da escrita livre permite que as crianças desenvolvam a consciência fonológica e evoluam nas suas conceptualizações.
A presença de diferentes suportes de escrita na sala de Jardim de Infância é muito importante pois permite o contacto com os mesmos; porque podem ser utilizados nas actividades; porque podem contribuir para que as crianças entendam que a linguagem escrita serve várias funções; e porque o conhecimento das funções promove o desenvolvimento da funcionalidade e também dos aspectos figurativos e conceptuais da linguagem escrita.
Como educadores, temos o direito de nos sentir tristes ou mesmo ofendidos quando ouvimos a típica frase de um adulto para uma criança que está a terminar o Jardim de Infância:
- Então, estás quase a ir para a primária. A partir de agora acabou-se a brincadeira. Finalmente vais aprender a ler e a escrever. Para o ano é que é a sério...
Dá vontade de perguntar: - Até aqui não aprendeu nada?! Mas quem é que esteve a brincar até agora?-
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